Doze adolescentes da capital sergipana se
reuniram na manhã desta quinta-feira (10 de janeiro), na sede do Ministério Público do
Trabalho em Sergipe (MPT/SE), para debater e planejar as ações de prevenção e
combate ao trabalho infantil que realizarão em 2019. Eles fazem parte do Comitê Municipal de
Adolescentes pela Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (Comapeti) de
Aracaju, criado no dia 7 de agosto de 2018, por ocasião do I Encontro Sergipano
de Adolescentes pela Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (Esapeti). Na
ocasião, foi criado, também, o comitê estadual (Ceapetise), do qual fazem parte
quatro adolescentes do colegiado municipal.
A
reunião foi mediada pelo Procurador do Trabalho Antonio de Oliveira Lima
(MPT-CE), por videoconferência. Ele é o co idealizador (juntamente com o adolescente Felipe Caetano, de Aquiraz-CE) e mobilizador
nacional dos comitês de adolescentes contra o trabalho infantil, projeto criado
em 2016, como parte integrante do Programa de Educação contra a Exploração do
Trabalho da Criança e do Adolescente (Peteca),
executado pelo MPT/CE desde 2008.
Também
participaram da reunião representantes do Fórum Estadual de Prevenção e
Erradicação do Trabalho Infantil (Fepeti-SE), da Secretaria Municipal de
Educação (Semed) e das escolas nas quais estudam os adolescentes membros do Comitê. Após
a apresentação dos participantes, o Procurador Antonio Lima fez uma breve
exposição das ações realizadas pelos comitês de adolescentes em todo o Brasil, desde o início do
projeto, em março de 2016, quando foi criado o primeiro comitê
estadual (Ceapeti Ceará), com destaque para a criação do comitê nacional
(Conapeti), em setembro de 2017, e de comitês em outros 15 unidades da
Federação, em 2018.
O
Procurador falou também sobre o Projeto
de Lei de Iniciativa Popular, que está em fase
de consulta pública, e convidou os membros do Comapeti para atuarem
como mobilizadores
de outros adolescentes, dos órgãos públicos e entidades da sociedade civil, com o objetivo de
coletar um milhão e meio de assinaturas de apoiamento ao projeto, que tem por
objetivo assegurar o direito à participação sociopolítica de crianças e
adolescentes nos espaços de convivência e de construção da cidadania inclusiva
na discussão, deliberação e monitoramento das políticas públicas relacionadas
aos seus direitos.
Em
seguida os adolescentes se dividiram em grupos para debater o conceito, as
causas, as consequências e as políticas públicas de prevenção e combate ao trabalho infantil. Após os debates, os relatores dos grupos apresentaram as
conclusões e propostas, a seguir descritas:
Grupo
I - Tema: Conceito de trabalho infantil.
Membros:
Emilly (relatora), Anthony e Jhon
Conclusões:
o grupo considera que o trabalho precoce ocorre quando
crianças e adolescentes trabalham como adultos sem ganhar o mesmo
salário ou outra recompensa, e acaba se
prejudicando, porque fica fora da escola, arrisca a vida e fica longe da família.
Grupo
II - Tema: Causas do Trabalho Infantil.
Membros:
Ísis (relatora) Ketily e Clarice
Conclusões: o grupo entende que na maioria das vezes esses os adolescentes procuram
trabalho para ajudar a família, mas também há os que trabalham porque querem
comprar bens de uso próprio, como roupas, calçados, celulares e seus pais não
têm condições de custear. Acreditam os membros do grupo que o adolescente toma
essa decisão porque não entende que isso pode causa vários problemas para sua
vida no futuro, como dores musculares e outros agraves à saúde, além de atraso
ou evasão escolar. Destacaram que muitos alunos deixam os estudos para
trabalhar. O grupo debateu, também,
sobre os tipos de trabalho que os adolescentes tem realizado em Aracaju e
concluíram que os mais comuns são: carrego nas feiras, catação de laranja, e
exploração sexual de meninos e meninas.
Grupo
III - Tema: Consequências do trabalho infantil
Membros: Wesley (relator) Alana Grazielle e Moisés
Conclusões: o grupo entende que o trabalho precoce afeta o desenvolvimento social, prejudica os estudos e causa agravos à saúde das crianças e adolescentes.
Conclusões: o grupo entende que o trabalho precoce afeta o desenvolvimento social, prejudica os estudos e causa agravos à saúde das crianças e adolescentes.
Grupo IV. Tema: Proposta de políticas públicas para prevenção e erradicação do trabalho infantil em Aracaju
Membros: Jorge (relator), Geovanna e Andréa
Conclusão: o grupo apresentou seis propostas, que foram aprovadas pela plenária, quais sejam:
Conclusão: o grupo apresentou seis propostas, que foram aprovadas pela plenária, quais sejam:
1.
Implementar o ensino em tempo integral nas escolas da rede municipal;
2. Reforçar
a fiscalização contra o trabalho infantil, nos bares e orla marítima;
3.
Criar unidades de atendimento para crianças e adolescentes vítimas do trabalho
infantil;
4.
Implementar projetos pedagógicos que alertem os alunos e comunidade sobre os
riscos do trabalho infantil
5.
Ampliar as oportunidades de emprego na condição de aprendiz para adolescentes
em situação de trabalho infantil.
6. Ampliar as oportunidades de profissionalização para os adolescentes de escolas públicas
6. Ampliar as oportunidades de profissionalização para os adolescentes de escolas públicas
Propostas para o Plano de Ação de Comapeti Aracaju:
Após a apresentação dos grupos de trabalho, foram aprovadas as propostas abaixo relacionadas, o Plano de Ações do Comapeti Aracaju em 2019:
1.
Definir a agenda de reuniões do comitê;
2.
Eleger uma condenação colegiada, com um representante por escola;
3.
Mobilizar os adolescentes para coleta de assinaturas de apoio ao PL da Participação;
4. Buscar parceria junto às demais escolas da rede municipal para que escolham dois adolescentes (um menino e uma menina) para participar do comitê.
4. Buscar parceria junto às demais escolas da rede municipal para que escolham dois adolescentes (um menino e uma menina) para participar do comitê.
5.
Participar das reuniões do Fórum Estadual (Fepetise);
6.
Realizar rodas de conversa nas escolas sobre o tema trabalho infantil e
participação sociopolítica de crianças e adolescentes, com participação de 2
alunos de cada turma do Ensino Fundamental II;
7.
Realizar pesquisa nas escolas, com o objetivo de identificar crianças e
adolescentes em situação de trabalho;
8. Articular parceria com a assistência social para a realização de visitas nas famílias com crianças e adolescentes em situação de trabalho, conforme resultado da pesquisa feita nas escolas;
9.
Participar das audiências públicas da Semana Nacional de Aprendizagem, para
sensibilizar as empresas a contratarem aprendizes, prioritariamente pelo
critério social, com o objetivo de atender adolescentes que estejam em situação
de trabalho infantil ou outros riscos sociais.
Novas propostas poderão ser apresentadas pelos membros do comitê, através do grupo Comapeti Aracaju, no WhatsApp.
Agradecimentos
Ao final da reunião do Procurador Antonio Lima agradeceu a presença de todos e o apoio da Procuradoria Regional do Trabalho da 20ª Região (MPT/SE), nas pessoas do Procurador-Chefe, Emerson Albuquerque Resende, da servidora Katia Silene Rodrigues Prado Nery, Chefe de Gabinete do Procurador-Chefe Substituta e do estagiário Keomas da Silva Santos, da Divisão de TI. Também agradeceu o apoio da Secretaria Municipal de Educação de Aracaju (SEMED), do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), do Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (Fepeti) e das Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEF) Jornalista Orlando Gomes, Olga Benário, Alcebíades Melo Vilas Boas e José da Costa Melo, por viabilizarem a participação dos adolescentes.
Adolescentes que participaram da reunião:
Representantes dos órgãos e entidades participantes:
Novas propostas poderão ser apresentadas pelos membros do comitê, através do grupo Comapeti Aracaju, no WhatsApp.
Agradecimentos
Ao final da reunião do Procurador Antonio Lima agradeceu a presença de todos e o apoio da Procuradoria Regional do Trabalho da 20ª Região (MPT/SE), nas pessoas do Procurador-Chefe, Emerson Albuquerque Resende, da servidora Katia Silene Rodrigues Prado Nery, Chefe de Gabinete do Procurador-Chefe Substituta e do estagiário Keomas da Silva Santos, da Divisão de TI. Também agradeceu o apoio da Secretaria Municipal de Educação de Aracaju (SEMED), do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), do Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (Fepeti) e das Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEF) Jornalista Orlando Gomes, Olga Benário, Alcebíades Melo Vilas Boas e José da Costa Melo, por viabilizarem a participação dos adolescentes.
Adolescentes que participaram da reunião:
NOME
|
ESCOLA
|
|
EMEF
Alcebíades Melo Vilas Boas
|
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EMEF
Jornalista Orlando Dantas
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EMEF
Olga Benário
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EMEF
Professor José da Costa melo
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EMEF
Jornalista Orlando Dantas
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EMEF
Olga Benário
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EMEF
Jornalista Orlando Dantas
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EMEF
Jornalista Orlando Dantas
|
|
EMEF
Jornalista Orlando Dantas
|
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EMEF
Jornalista Orlando Dantas
|
|
EMEF
Jornalista Orlando Dantas
|
|
EMEF
Olga Benário
|
Representantes dos órgãos e entidades participantes:
NOME
|
CARGO OU FUNÇÃO
|
ORGÃO ENTIDADE
|
Antonio
de Oliveira Lima
(mediador
da reunião, por videoconferência)
|
Procurador
do Trabalho, Coordenador Geral do Peteca e Mobilizador Nacional dos Comitês
de Adolescentes (Conapeti, Ceapeti, Crapeti e Comapeti)
|
MPT/CE
|
Danival
Lima Falcão
|
Conselheiro
CMDCA pela SEMED. Membro do FEPETI pelo CMDCA
|
SEMED
Aracaju
|
Heverton
Ramon
|
Assistente
Social
|
SEMED
Aracaju
|
Itamara
Leite Lopes
|
Diretora
de Escola
|
EMEF
Prof. José da Costa Melo
|
Guilherme
Alexandre Santos
|
Professor/Estagiário
|
EMEF
Jornalista Orlando Dantas
|
Andreia
|
Professora
|
EMEF
Olga Benário
|
Keomas
da Silva Santos
|
Estagiário
|
MPT/SE
|
Excelente iniciativa! Parabens aos oragnizadores e participantes. São iniciativas como essa que dão mais esperanças de dias melhores para nossas criancas e adolescentes. Deus os abençoe!
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